Apenas 15% dos eleitores usarão urnas biométricas
As urnas eletrônicas biométricas serão usadas na
identificação dos eleitores em 762 municípios, no pleito de 2014. 21,6 milhões
de pessoas, cerca de 15% do total de eleitores do país, terão acesso à nova
tecnologia
“É o processo mais seguro que existe”, garantiu à Agência
Brasil o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), Giuseppe Janino. Segundo ele, o propósito de usar a biometria é reduzir
a intervenção humana no processo eleitoral ao máximo e, consequentemente,
reduzir também os riscos de erros, fraudes e lentidão. “Podemos dizer que não
existe sistema perfeito, mas certamente a identificação biométrica é
infinitamente mais precisa e segura que a identificação normal, feita pelo
homem”, destaca.
Sem o uso da biometria, os eleitores têm sua identidade
comprovada pelos mesários, que comparam os documentos e depois liberam o uso da
urna.
O argumento do TSE é que o sistema biométrico reduz de
riscos de fraudes, mesmo com a maior demora em liberar a urna para votação.
“Qualquer método de identificação biométrica será baseado em
alguma técnica probabilística, envolvendo reconhecimento aproximado de padrões
– entre um padrão cadastrado e um apresentado –, e, por isso, será sempre
sujeito a erros. Usado em larga escala, como em nosso processo de votação,
esses erros se tornam inevitáveis, e com porcentagem de ocorrências
previsível”, afirma o professor Pedro Antonio Dourado de Rezende, do
Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília (UnB).
Segundo o estudioso, quando o leitor ótico não conseguir
identificar a digital (falso negativo), o mesário terá que fazer a identificação
(por meio dos documentos do eleitor) e usar uma senha própria para liberar a
urna para votação. Na opinião do professor, pessoas desonestas podem usar a
senha para liberar a urna para alguém votar por eleitores que se abstiveram, no
fim do dia.
Ouvido pela Agência Brasil, o professor Luís Kalb Roses, do
curso de mestrado em Gestão de Tecnologia da Informação da Universidade
Católica de Brasília, afirmou que a solução para as suspeitas está em promover
auditorias no processo e buscar a certificação do sistema utilizado. “A
biometria é uma solução tecnológica para a autenticidade. Agora, uma coisa é o
equipamento que você coloca o polegar. A outra é o processo que faz o confronto
dessa digital com a que está no banco de dados. Então o processo de verificação
dessa digital tem que estar funcionando a contento. Por isso, é importante ter
sempre auditorias”, diz.
O professor Kalb concorda, no entanto, que a biometria é uma
“excelente opção tecnológica para identificar o usuário”. “A solução de
biometria faz parte de uma solução de segurança, mas só ela não garante toda a
segurança do processo”, diz.
Atualmente, a identificação por meio da digital é utilizada,
entre outros setores, pelo sistema bancário para autorização de transações como
saques e retirada de extratos em caixas eletrônicos.
Autor: Jocelyn Auricchio
Autor: Jocelyn Auricchio
#Marina40
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